Na visita a Lamego aconselharam-nos o Restaurante Paraíso. O pequeno Rafa já estava chato com a fome e depois de andar à briga com o GPS lá demos com o local. O restaurante fica na base de um prédio seguramente já com os seus 20 anos.
A sala tem uma mistura de algum mobiliário moderno com uma decoração rústica e a conjugação das duas coisas não é muito agradável. A sala, sem ter elementos velhos tem um aspecto antigo e pesado.
Fomos para uma mesa junto à janela e fizemos o nosso pedido.
Achei estranho uma das "especialidades da casa" (Cabrito Assado) já estar esgotada pouco depois das 12h30m. Decidimos então ir para os "pratos do dia". Escolhemos alheira, costeletas de porco grelhadas com arroz de feijão e uma sopa.
A sopa era muito boa. Vinha quente quanto baste, bem saborosa e bem temperada. Para sopa em restaurante achei mesmo muito bom.
Relativamente à alheira pouco há a dizer. Continua a parecer-me um crime servir alheira com batatas fritas, pois a melhor de a servir é com uma batata cozida, mas o típico em restaurantes é assim. Surpreendentemente não vinha mais nada no prato. Nem os habituais grelos, nem couve, nem salada... nada. Isso deixou-me algo surpreendido. A alheira era boa e como costumo dizer não há como fazer asneira em grelhar uma alheira.
No que diz respeito às costeletas, estavam saborosas se bem que ligeiramente grelhadas demais. Tiveram um pouco demais de tempo na grelha o que as deixou ligeiramente secas. No entanto, o arroz malandro de feijão era dos melhores que já comi. Bem confeccionado, com sal quanto-baste, com travo a tomate e com água e feijão na dose certa. Só o arroz valeu a ida ao restaurante.
Ainda comemos sobremesa. Eu comi uma mousse 3 sabores que estava bem feita, apesar de um pouco rija e seca na superfície (já devia estar no frigorifico há mais de um dia). Não me lembro do que a minha esposa escolheu.
Apesar da sala grande e com bastante gente a refeição foi calma e agradável. Não estava à espera de muito mais quando escolhi pratos do dia. Talvez esperasse que os pratos fossem mais equilibrados e trouxessem alguma salada, mas no geral a comida é razoável e honesta.
Do que realmente não gostei foi do serviço. Desde que entrei nunca tive a sensação de ser bem vindo (sim, é isso que eu quero quando entro num restaurante: sentir que sou bem vindo). Foram cordiais comigo, com a minha mulher e o meu filho, mas raramente simpáticos. Deu para ver que existe uma estrutura muito rígida no restaurante: o empregado A serve as mesas 1, 2 e 3, sendo que o empregado B serve as mesas 4, 5 e 6 e mais nada, mesmo que o colega necessite de ajuda. Esta rígidez não é agradável para o cliente, pois tal como aconteceu comigo que recebi a resposta "a minha colega já vai", os clientes ficam à espera quando há empregados livres. Ora no meu caso o "já vai" durou 10 minutos e perdi a paciencia e a vontade de tomar café. Levantei-me e fui pagar. Quando estava a pagar perguntaram-me se tinha gostado e referi o facto de ter estado mais de 10 minutos à espera para pedir um café (não reclamei, nem sequer fui indelicado ou mal educado). Se isto não bastasse ainda tive de ouvir com maus modos "eu estava ocupada e disse para esperar. Não consigo estar em todo o lado". Eu já não respondi mais pois não valia a pena...
Não perceberem que o cliente é o mais importante num restaurante é o calcanhar de aquiles de centenas e centenas de restaurantes. Se um cliente se queixa de ter estado 10 minutos (e não estou a exagerar no tempo) à espera de um café a única coisa que se deve fazer é PEDIR DESCULPA. Tudo o mais é estragar a relação restaurante-cliente. A maneira como me responderam faz-me não querer voltar lá e pior, faz-me não referenciar um espaço que até tem algum potencial em termos gastronómicos.
Nota: a comida é honesta e tem potencial para ser ainda melhor. Necessitam equilibrar um pouco melhor os pratos (mesmo os diários). Relativamente ao serviço, não gostei. Gosto de ser bem tratado e não fui.
A nota vai ficar a meio de escala devido à comida no geral, mas sobretudo devido ao maravilhoso arroz de feijão. Isso e só isso os salva de uma nota negativa.
Deixo um conselho à gerência do restaurante: é preciso reverem a forma
de trabalhar dos empregados. Um empregado estar a olhar e não ir atender
um cliente porque "a mesa não é minha" é PREGUIÇA e FALTA DE
COMPROMISSO. O cliente sai mal servido e não é isso que decerto querem. Para além disso é necessário ensinarem aos empregados que O
CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO e que não devem reclamar com estes.