quarta-feira, 14 de setembro de 2016

"Taberna do Jéréré". Fui, comi e...



Na recente viagem com a família ao Douro fomos jantar à Régua, mais propriamente à Taberna do Jéréré. As referências do tripadvisor eram relativamente boas e decidimos arriscar. À entrada, a ementa parecia prometedora e a sala de decoração rustica fez-nos entrar sem hesitações. Mesmo sem reserva não houve problemas em arranjar mesa.
O serviço é atencioso, se bem que um pouco atabalhoado. Há gente a mais a vaguear e a fazer barulho pela sala. Ouvem-se demasiadas ordens no ar e a inquietação constante do pessoal não torna a experiência calma e agradável.

Depois de nos sentarmos serviram-nos umas entradas que nos souberam muito bem, pois a fome já era alguma: pão, azeite, azeitonas e bola caseira. A bola era boa e as azeitonas também, mas o pão não era fresco. Eu sei que era de noite, mas num restaurante gosto sempre de comer pão fresco.



Pedimos Misto de Porco grelhado com migas de broa e Bacalhau à Jéréré. Houve um problema com o nosso pedido: o nosso Rafa estava a acabar de comer a sopa quando nos vieram confirmar o nosso pedido. Foi-nos dito que o pedido não tinha sido esquecido e que já tinha entrado na cozinha, só que não estava apontado no caderno... A verdade é que a demora foi muito grande, dando a entender que o pedido tinha sido mesmo esquecido.
A comida finalmente chegou e o aspecto era muito bom.
No que diz respeito à carne a dose era muito grande, até exagerada e estava à espera de uma diversidade maior de cortes diferentes de porco. Trazia dois nacos de lombo e duas peças de mimos de porco. Toda a carne estava muito bem grelhada. A carne era muito boa e a confecção no ponto. Acompanhava umas migas de broa, batatas marcadas na grelha e uns legumes salteados. Os acompanhamentos, no geral, eram bons isoladamente, mas no conjunto com a carne não satisfaziam completamente. O problema é a quantidade enorme de gordura no prato. O porco só por si é uma carne gorda (ainda para mais os secretos) e tudo o resto no prato tinha gordura. Faltava frescura e acidez ao prato o que o tornava pesado, gorduroso, monótono e enjoativo. A carne (qualidade e confecção exemplar) salvam o prato, mas falta o resto.

Relativamente ao Bacalhau à Jéréré posso dizer que só a apresentação se safou. A mistura em camadas de puré, bacalhau, cogumelos, camarões e delícias do mar é infeliz e é uma confusão total de texturas e sabores. Ao provar o "Bacalhau à Jéréré" a última coisa que me lembrei foi de bacalhau e esse é sem sombra de dúvida o maior problema do prato. Cada colherada só me soube a delícias do mar (muito mais abundantes que o bacalhau) e a pouco mais. Os cogumelos nada acrescentam ao prato, antes pelo contrário. Este prato prova que a velha máxima de quanto mais simples melhor é tão verdadeira na cozinha como em qualquer outra coisa na vida.


Para sobremesa partilhamos uma boa fatia de bolo de bolacha que não sendo o melhor que já comemos na vida também está longe dos piores.


O preço para duas pessoas foi a rondar os 32.5€ o que me me parece um pouco exagerado para quem não bebeu vinho e comeu apenas uma sobremesa. Se a comida fosse melhor o preço seria razoável.

No geral, a experiência é boa. A sala é agradável, as pessoas são atenciosas e simpáticas e a comida é razoável. Necessitam melhorar o serviço para que a experiência dos clientes seja mais calma. Um melhoramento dos pratos e do seu equilibrio tornará a experiência muito melhor. Relativamente ao prato de bacalhau da casa, a minha opinião é que deve ser repensado de raiz.
Fiquei com a sensação de que se talvez tivessemos escolhido outros pratos a opinião poderia ser diferente, por isso é provável que volte para experimentar outras coisas. Quem sabe grelhar carne de porco na perfeição de certeza que consegue fazer outras coisas boas.

Nota: vai ficar um bocadinho acima do meio da tabela, principalmente devido à carne, mas também devido ao ambiente.








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